terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Sobre a SEGURANÇA PÚBLICA no ES

Estava hesitante em escrever, mas me pronuncio por muito menos, como não me posicionar numa situação dessas? Que agrade ou não, não estou aqui para conquistar fãs, fazer amigos ou inimigos, faço por mim, errado seria mudar minha opinião para agradar alguém. 

Desde 2006 - mesmo que indiretamente, trabalho de forma voltada à Segurança Pública, no primeiro momento quando inauguramos a DpOnline - PC/ES, conheci policiais civis empenhados, tive um mentor intelectual brilhante, inclusive no auxílio da produção de minha monografia. E a partir de 2007, foram momentos de estrito relacionamento com a segurança e também com as forças militares do Estado. Uma equipe nobre, militares (PM/BM) com o qual tive a oportunidade de compartilhar aprendizado, crescimento e amor pela segurança. Eu agradeço por todos esses homens e mulheres das instituições policiais que tive a honra de conhecer e trabalhar por alguns anos. E em 2011 estive na ponta da lança entre a segurança e a justiça, através do trabalho executado no sistema prisional. Revela-se aqui a minha paixão ao assunto.

Estive solidária à Segurança Pública e aos militares desde o começo do movimento, deixando claro aqui meu posicionamento de apoio à causa, e sim, as proporções da paralisação se tornaram grandes, mas essa culpa não é do movimento e NÃO são dos policiais, é, e sempre será do governo. E do povo inclusive - eu também sou o povo (em outros momentos fiz ou deixei de fazer algo, que subsidiariamente nos trouxe até esse ponto); do povo que não se importa com o outro (qualquer categoria) até que esteja precisando ou seja importunado; do povo safado que cometeram crimes, furtos e receptações (a polícia não é mãe de ninguém para ficar ensinando o que é certo ou errado, educação vem de casa. A ocasião não faz o ladrão, essa não é a máxima que se deve usar no momento, e sim a de que a ocasião faz o furto o ladrão nasce pronto); do povo que sempre viu o vizinho ostentar armas, vender drogas e nunca ligou para o disque-denúncia 181, nunca acionou o CIODES 190 e agora filma a guerra do tráfico na sua comunidade e diz que a culpa é da polícia; do povo que votou nesse governo Ditador (pediu abraço e agora está aí tomando porrada), em tempo, Gabriel O Pensador já previa: 
Não adianta olhar pro céu, 
com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve, 
você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão, 
virar a cara pra não ver

Até quando você vai ficar usando rédea?
Rindo da própria tragédia?
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura.

Até quando você vai levando?
(Porrada! Porrada!)
Até quando vai ficar sem fazer nada?

O Executivo está atuando em modo tartaruga, com baixa ou zero vontade de pôr fim ao conflito, de apresentar soluções ao problema relacionados à segurança da sociedade e aos omissivos atos de ilegalidade que não surgiram de uma hora para outra, atos que se arrastam por anos e só agora com o coro dessas vozes que não se calarão é que a população tomou conhecimento (reajuste salarial, falta de equipamentos operacionais, combustível, VTRs, alimentação). Se não há meios que proporcionem o bom funcionamento operacional da categoria, se não há meios de prover o mínimo de segurança para o policial, NÃO HÁ COMO GARANTIR SEGURANÇA PARA NINGUÉM.

Nunca na história Capixaba houve algo semelhante, principalmente com essa situação trágica que se arrasta em razão de uma estagnação política intolerante, inflexível e irresponsável. Mas todo dia a esperança renasce, é praça, oficial, outras categorias e povo, esperando o posicionamento plausível para o encerramento dessa contenda, pois o descaso tem gerado problemas cadenciados: transporte parado, IML superlotado, SAMU saturado e vários outros "ados" por aí.. No entanto, o que se observa é o governo usando as cartas na manga que tem, sendo covardes, ameaçadores, punitivos e silenciosos quanto ao acordo. Mesmo diante da renúncia de vários pontos da pauta primariamente requerida pelas manifestantes, o  governo mantêm-se dissimulado: propõe supostas reuniões para solucionar a demanda, de forma a enganar o povo com a falsa boa vontade e testando a nossa capacidade cognitiva ao dizer que estamos voltando ao normal, ledo engano Capixabas, ledo engano!

Tudo que está acontecendo não é bom para o presente, nem para o nosso futuro. Resquícios desse desgoverno se perpetuará na história. Escreve aí o nome do atual governo intransigente na linha mais visível dos próximos livros. E por fim, suplico as autoridades mais uma vez, vamos decidir com maestria, com plausibilidade, vamos assegurar as vidas (dos cidadãos e dos policiais) enquanto há tempo! Queremos solução, polícia valorizada e respeito ao cidadão!